Os 4 Tipos de Pais

A famosa combinação do feijão com arroz do nosso Brasil faz sucesso  até internacionalmente. É aquela típica comida que não tem erro. Basta um acompanhamento, uma saladinha e está tudo perfeito.

Desde que me tornei mãe e comecei a pesquisar sobre criação de filhos, encontrei milhares de livros, métodos e opiniões. O incrível é que certas coisas que funcionaram para um dos meus filhos, não serviram pro outro.  Então comecei a refletir: Será que existe  um padrão para educação dos filhos?

Em minhas buscas sobre o assunto, encontrei uma pesquisa realizada pelo sociólogo Dr Reuben Hill feita com milhares de adolescentes e seus pais no estado de Minnesota *.  Na pesquisa, Dr Hill classificou quatro estilos de educação. O gráfico abaixo mostra no eixo horizontal a quantidade de disciplina que é dada aos filhos e no eixo vertical a quantidade de amor.

1) Os pais permissivos: O quadrante de cima do lado esquerdo representa os pais que dão muito amor para seus filhos mas com pouca disciplina. O estudo revelou que este tipo de pai tende a produzir crianças com  baixa auto-estima e sentimentos de inferioridade. Embora saibam que são amadas, a ausência de limites deixa estas crianças com um nível alto de insegurança. Em geral, estes pais tem medo de errar então nunca definem  limites firmes.

2) Os pais negligentes: O quadrante inferior esquerdo representa a pior combinação: pais negligentes. Este tipo de pais não expressam amor e tão pouco se importam em disciplinar os filhos.  As crianças tendem a crescer com pouquíssimo relacionamento com o papai ou a mamãe. Eles se sentem esquecidos.  A negligência dos pais pode não ser intencional: eles podem estar lidando com seus próprios traumas e dificuldades, o que os deixa sem confiança para exercerem a posição de pais de uma forma saudável. Estas crianças acabam crescendo com profundas feridas emocionais.

3) Os pais autoritários: Este aparece no quadrante direito de baixo, ou seja, estes pais quase não demonstram  amor mas são fortes na disciplina. Eles acabam criando crianças que são propensas a se rebelar. Existe sempre muitas demandas na casa e regras, as expectativas são muito altas e estes pais não se contentam em vencer a guerra, eles querem vencer cada pequena batalha. Por isso, a comunicação é sempre baseada em brigas e discussões. Este tipo de pai espreme sua criança de uma forma que eles não veem a hora de sair de casa. Era sobre isso que Paulo falava quando disse aos pais que não deveriam provocar a ira dos filhos em Efésios.

4) Os pais que tem autoridade: Aqueles pais que se encaixam no quadrante da direita do lado de cima são os que tem a melhor combinação de amor e disciplina.  Este tipo de pai tem a autoridade sem ser autoritário – um tipo de  autoridade que é compassiva e ao mesmo tempo firme. Eles sabem determinar limtes claros mas ao mesmo tempo são muito amorosos. Todos na casa sabem quem é o “chefe”, mas ao mesmo tempo existe uma conexão entre os pais e filhos; uma consideração por parte dos pais que honra e respeita quem a criança é mas ao mesmo tempo não compromete a necessidade de disciplina. O resultado é uma criança com boa auto estima e equipada com boas condições de se relacionar.

Achei muito interessante esta pesquisa, pois veio de encontro a algo que eu já estava meditando. Analisando algumas passagens biblicas sobre relação de pais e filhos, comecei a perceber que o padrão era sempre o mesmo: amor e disciplina. Por exemplo:

Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem. (Provérbios 3:11-12)

Discipline seu filho, e este lhe dará paz; trará grande prazer à sua alma. (Provérbios 29:17)

Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. (Apocalipse 3:19)

Quem se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo. (Provérbios 13:24)

Fica claro que disciplina e amor andam lado a lado. A disciplina, quando feita da forma correta, tem o intuito de corrigir a criança de um comportamento que não e benéfico a ela ou outros que estão a sua volta e nunca humilhá-la ou diminuí-la. O amor e a afirmação mostram a criança que apesar de certo comportamento não ser aceito, ela em si sempre será aceita e amada. Podemos discordar totalmente de determinado comportamento ou atitude dos nossos filhos mas sempre devemos deixar claro que o que reprovamos e o comportamento deles e nunca eles como pessoas. Nosso amor é incondicional, mas porque desejamos o melhor para eles os disciplinamos e ensinamos.

Termino com uma frase do autor e pastor Chip Ingram: “Longe de ser uma palavra feia, a disciplina é evidencia de amor. Quando você consistentemente disciplina seu filho e o faz com a atitude correta – compaixão, com controle emocional, com limites consistentes e consequências claras, e baseado no que é melhor pro seu filho – você esta expressando amor da mesma forma que Deus expressa seu amor por nós. Pode parecer desconfortável pra ambos você e seu filho no momento, mas lá na frente, é o ato mais altruísta e amoroso que você pode fazer para guiar seu filho em uma vida alegre e frutifera no Reino de Deus”.

“Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.” (Hebreus 12:11)

Pesquisa de Reuben Hill apresentada por Dr. Richard Meier em  um seminário sobre criação de filhos, MinirthMeier Clinic, Dallas, Texas, 1988.

http://www.focusonthefamily.com/parenting/effective_biblical_discipline/effective-child-discipline.aspx


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